O dia dela
Segredos jamais conta, vive a suspirar, os lábios tremem
quando fala em romance.
Ela queria tudo novo; vida nova, dia novo, sandália nova,
esmalte novo...
parecia uma fútil, mas mesmo assim queria tudo que tivesse
direito, mas tinha de ser novo.
Parecia uma mudança energética, um desejo estrondoso e
interminável.
Ela sabia o que queria, mas não havia decidido se seria bom
ou não; apenas que seria algo novo.
Ela queria trocar o dia pela noite, a noite pelo dia, trocar
os horários, remexer no tempo, gritar nas montanhas, alimentar um mendigo,
apertar a campainha e sair correndo.
Ela queria viver uma aventura, inventar um amor encantado,
subir a colina e admirar a vista!
Ela quer ensinar, e quer aprender também, contemplar a lua e
as estrelas ou criar formas nas nuvens (quem nunca fez isso?!)
Quer viver uma loucura sem tamanho!
Queria que o mundo mudasse de cor todos os dias... e ficasse
amarelo aos domingos!
Por que amarelo? Não sei.
Aquela cara de mordomia, rotina, e atraso ela queria se
livrar.
Aquele rosto branco precisava de claridade, como as plantas
que se não recebem a luz do sol e acabam por definhar.
É difícil ver uma pessoa murchar como uma flor.
Ela queria que ele mudasse que ele mostra-se, que ele
fizesse sentir.
Mas nada acontecia.
Nada diferente, e nada novo.
Era sempre tudo igual; amanhece e anoitece, os carros passam
indo e voltando, o cachorro uiva e o galo canta.
E assim, foi o dia dela (nesse dia), nada de programinha
feliz, ou "sanduíche feliz" no shopping, ou sei lá, mais o quê feliz.
Ela estava simplesmente constante.
De algo novo, nem o café da manhã, foi pão com achocolatado
e ponto.
Mas se ela pudesse, viraria noites lendo romance, apenas
pelo prazer que sentia em se rotular a mocinha romântica... E teria um
príncipe, viveria o amor dos cinemas e dos contos.
É. Vou me deitar, já falei bastante dela, estou exausta.
Mas deixando claro aqui: A vida dela não é apenas um
terremoto.
Uma Boa Noite.
Thais Anraku.
Nenhum comentário:
Postar um comentário